Complexo de formiga

 Tenho aprendido que a vida é um eterno reajuste, diariamente temos que nos confrontar, pois, se não fizermos isto caímos na rotina, na rotina física, na rotina de aceitar pouco e dar muito, na rotina de aceitar amores em migalhas, eu tenho confrontado meu complexo de "formiga".
       Por carência ou falta de vergonha na cara mesmo, aprendi a sobreviver de migalhas e aceitar relações onde me doava mais que recebia, onde amava por dois, tentava fazer dar certo por dois, eu tinha limites rígidos, mas que contrariamente cedia a cada um deles por puro medo de estar só.
       O que eu notava, mas não agia a respeito, era que meus amores vazios me esvaziavam da minha dignidade também, do meu conforto, do meu prazer, eu tinha pedaços de alguém me doando por inteira.
       Vivi alguns anos de minha vida aceitando amores de madrugadas carentes, encontros as "escondidas", e uma limitada preocupação por conveniência, tinha "inesperadas" mensagens de "Bom dia" como alertas de "quero te ver hoje" tinha uma falsa ausência de cobranças, porque para ser bem sincera o outro sabia como chegar, colocar em mim cabrestos sem que eu relutasse em tira-lo.
        Fiz do meu coração uma praça pública por inúmeras vezes, e em cada uma delas meu coração se viu cheio de pessoas conversando, cantando e me entendendo, mas que logo sumiam e quando eu percebia estava tudo destruído, a grama (sonhos) estava morta, os bancos (eu) quebrados e quase irrecuperáveis.
E a culpa era unicamente minha, por demorar a entender que amor implorado é esmola e esmola é o sempre  que sobra, e que eu poderia sim ter dito: 
"-Hey quer fazer o favor de tirar seus pezinhos da minha grama, senta direito nesse banco."
        Masssssssssssssssssss, chega um momento em que nos cansamos, é simples assim, nos cansamos... Cansamos de sempre reconstruir, o que na maior parte das vezes poderíamos só preservar, chega um momento na vida em que simplesmente não dá mais pra aceitar algo que não seja recíproco, algo que nos tire mais que acrescenta,  amores de finais de semana não estão conosco quando a quarta-feira é de matar, beijos de baladas não nos acalmam quando perdemos alguém importante, amores de madrugada não retocam seu protetor solar para que não se queime no sol do meio dia. E se doar inteiramente, amar intensamente para não ter Retorno cansa sabe... Ah Wanessa você está falando que... Não, eu não eu não estou falando que  devemos fazer as coisas esperando um retorno, mas se não acrescenta também não faz falta, não é mesmo?
     Ouvi de uma amiga, dias atrás que QUEM NUNCA DIZ NÃO ACABA SENDO O BESTA DA SITUAÇÃO, e na boa espero que está frase tenha causado em você o mesmo que causou em mim, sou uma pessoa, que acredita que tem sim jeito para a raça humana, que acredita no arrependimento e na mudança.
Mas as pessoas só mudam quando elas por si só resolvem fazer isto, não dá para colocarmos ninguém dentro dos nossos moldes, ninguém deve viver sobre moldes, que não lhes satisfaz por medo de ser só, nem devemos aceitar nos doar por alguém que não faça o mesmo por nós, é a famosa lei do retorno sabe? Não? Te lembrar... TUDO QUE VAI TEM QUE VOLTAR....
      Então hoje, ao acordar me questionei de que vale ter a metade de alguém e ser inteira na relação? Se for para ter alguém e ser sozinho, melhor estar em um todo sozinho... assim ninguém te fere, ninguém te cansa, ninguém te cobra mais do oferece, ninguém estraga sua praça, ninguém bagunça o coreto...
     Não existe razão em ter alguém se a convivência conosco mesmo não for ao menos tolerável, afinal se paixão cega os olhos, carência mata o cérebro, o orgulho e o amor próprio.
       Então bora tratar de falar não para a voz da carência? SÓ PARA CONSTAR, NUTELA NÃO CONTA COMO REMÉDIO TA! Vamos tratar de começar a mandar certos indivíduos tomarem cuidado com a grama? VAI LÁ COLOCA PLAQUINHA SÓ NÃO PERMITA QUE SEUS RELACIONAMENTOS TE DESTRUAM...
        Eu entendo bem de se sentir um "Japão depois do tsunami", entendo de colocar gente para bagunçar o coreto, e entendo disso por aceitar migalhas, por tentar a todo custo achar o homem da minha vida no final da dose de carência.
         Mas... (glórias a Deus pelos "mas" da vida que nos ajudam a mudar o rumo da história), Decidi que a partir de hoje beberei Tequila mas, carência não!
Hoje decidi que essa história de metade da laranja não é para mim, o máximo que consigo com metade de um laranja são dois dedos de suco, decidi que nem de limão eu gosto logo, não preciso de metade do limão nenhum para ser feliz, hoje compreendi que quando sou inteira não preciso ser metade de ninguém, logo mudei a oferta: Ou me leva inteira, ou nem demostre interesse em adquirir-me pela metade do preço, cansei de ser produto em liquidação, chega de migalhas de queima de estoque.... 

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