As coisas que aprendi com você depois que te perdi


Existe um velho ditado popular que diz que: "só aprendemos a dar valor, depois de perder um grande amor", não sou alguem apta a desmentir isto na vida da humanidade, mas na minha eu posso....
Hoje eu acordei com medo, mas não  chorei, senti saudades de alguém que mora nos meus sonhos e memórias, mas  não mais na mesma casa que eu, embora casa fale mais dele que de mim mesma. SIM SENTI SAUDADES DO MEU IRMÃO.
Me lembrei que saudades, é amor que fica, é fragmentos do outro que permanece quando ele é obrigado a partir, ou será que as pessoas nos deixam por opção? Hoje apesar do medo, eu não mendiquei abrigo, mas me olhei com calma, olhei para a escuridão do meu ser aterrorizado, e para o turbilhão de dúvidas e sensações ao qual pertenço e foi a única vez nos últimos meses em que não tive vontade de sumir, eu tive orgulho de mim...
Notei que aprendi mais sobre meu irmão depois que ele morreu, que em todos seus anos de vida... Pra quem olha os 22 anos que meu irmão teve de vida, pode parecer pouco,  mas na veratrásquando se vive como ele vivia, um ano tem peso de 10...
Descobri hoje enquanto sentia medo, que ser forte é uma coisa dele que ficou em mim, ser irmã mais velha e protetora de um menino vida louca, aventureiro, teimoso, determinado e cabeça dura te obriga a ser forte, e isso veio dele, não sou em minha essência está fortaleza que as vezes aparento, mas me fiz forte, aprendi a ser forte por ele, pra cuidar dele, hoje enquanto sentia medo, lembrei que ele sempre dizia "se o mundo só aprende a me  dar duras marteladas eu preciso aprender a fazer com que elas doam menos, me esquivar de algumas."
Hoje me lembrei das nossas brigas por tolices, mas que simplesmente  foram necessárias para que eu pudesse aprender que o amor envolve perder a paciência, fazer as pazes sentir medo de perder, e que essas estranhezas de irmãos nos ensina a voar, e por falar em voar lembrei- me de quando ele colocou na cabeça que podia voar, e se lançou de um balanço e furou o ombro, hoje após te-lo perdido, entendo que não importa o quanto me machuque, só aprendo a conhecer meus limites quando decido voar para tentar realizar as loucuras que chamo de sonho...
Só depois que perdi, entendi que minhas marcas e cicatrizes me contam histórias, não só histórias que não  deram certo, mas histórias que por sua vez foram necessárias, só depois que  o perdi entendi que não importa quanto eu seja Ferida, cada dor sempre tem mais pra me acrescentar que para doer...
A vida é o unico filme que tem o mesmo final pra todos, vamos todos para o mesmo lugar, mas aprendi com meu irmão apenas depois que o perdi que o que me difere do resto do mundo é a forma com que encaro cada dificuldade, aprendi com ele e só depois que o perdi que eu posso chorar, mas nunca desistir, e se puder seguir sem choro isto não me faz  fria ou dura, mas me faz capaz de entender que nem sempre chorar alivia as coisas, mas que vez ou outra chorar me fala da minha humanidade. Me lembra que estou viva mesmo em meio a dor...
Me lembrei que não importava quantas vezes algo causava dano ao meu irmão, ele sempre voltava a se arriscar nas mesmas coisas que minutos atrás o feriu ele sempre estava lá, tentando a todo custo, e  nem sempre evitando os erros anteriores. Só depois que o perdi pude entender que não importa quantas vezes alguém me machuca é sempre tolice minha desistir dela, assim como e tolice esperar que a cada volta  eu vá encontar a relação  com esta pessoa igual ao que ela era, não estará igual mas, devo reconstruir o que sobrou de cada coisa com quem hoje sou, sem querer mudar, aprendi que não tenho que mudar minhas posturas só pra agradar. O amor é a aceitação da existência de diferenças que teimamos em chamar de DEFEITOS E FALHAS.
Só depois de perde-lo entendi que a morte não põe fim ao que sentimos por alguém, assim como não passamos a ama-las mais quando elas morrem, mas a morte... ela te mostra que o amor que você sente por alguém, te faz sentir falta até e principalmente do que te irritava nela, te mostra que padronizamos, as pessoas, as coisas, os sentimentos, as razões, os costumes e as faltas. Se me arrependo de não ter aprendido algumas coisas com meu irmão antes de perde-lo? Não, de forma alguma, não importa o tempo que se gasta pra entender o que uma pessoa tentou a vida toda te ensinar, se um dia na ausência dela, e seja a ausência que for, você olhar para as lembranças que carrega no peito sobre ela e neste instante ter no rosto uma lágrima e um sorriso o tempo que demorou pra aprender terá válido a pena, a morte separa o físico, mas a pessoa permanece viva enquanto decidimos amá-la, as lembranças aquecem o coração quando a ausência aperta, ela não faz a dor da falta passar, mas ela vivifica a pessoa que se foi em você... É a saudades que faz as lágrimas caírem, mas ela nos prova que existe amor ainda quando a vida do outro se encerra... E é irônico que a morte nos ensine mais sobre a vida do que a vida nos ensina sobre ela....
Mas a minhas perguntas são: O QUE TEM MOVIDO SUA VIDA? O QUE TEM FEITO COM A SUA VIDA? COMO TEM GASTADO SEUS DIAS? COMO TEM AMADO E DEMONSTRADO AMOR PELAS 
PESSOAS DA SUA VIDA?
Espero sinceramente que seus olhos estejam verdadeiramente abertos para quem você tem ao seu lado, espero que aproveite cada detalhe de cada pessoa que esta ao seu redor, que você aprenda a amar os defeitos das pessoas e a amar cada pessoa apesar de seus defeitos... Espero que suas perdas te ensinem, e gere em você o dom de ser grato até pelo que dá errado e que você não precise se perder para se encontrar, mas que saiba com clareza o propósito da sua existência... 
Espero ainda que viva de modo com que sua existência seja lembrada com sorrisos molhados de lágrimas...

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