Ele não espera ninguém!

Tá que eu sei que não sou, nem estou assim tão velha, mas já consigo ver em mim, algumas coisas desnudadas pelo tempo. 
É estranho os contextos de ilusões que criamos, estranho as mentiras  que contamos para nós  mesmos, estranho como acreditamos nelas a ponto de achar que mentimos  para o outros, esquecendo- nos que não existe o mentir para o outro, mas o mentir para si duas vezes. É como se as mentiras que contamos, fossem esconderijos para sermos aceitos, para parecermos  o que em essência não somos, mas o tempo, tempo esse que não espera ninguém, se encarrega de tirar de cada mentira a solidez, uma a uma cada mentira vai sendo revelada, vai perdendo sua força, e vai nos empurrando para dentro de uma caixa, mostrando- nos  a realidade e nos convidando a sair da caixa. A vida, o passar dos dias, o tempo. Nos mostra claramente que não dá para continuarmos mentindo,  a juventude por um tempo nos permite isso, mas vemos o tempo tirar o crédito de cada uma das nossas mentiras, uma após outra, uma a uma...
   Talvez, preferimos chamar de maturidade a desproteção que o tempo gera em nós, nos vemos nus, para as mentiras ditas pelos motivos mais tolos. Ou talvez, chamemos de coragem de ser o que somos a capacidade de olharmos para nós mesmos e para nossas possibilidades sem ilusões, é como se entendessemos com o tempo, e  só com o tempo as roupas farjutas que vestimos, como se esse mesmo tempo nos fizesse entender de modo peculiar porque é que aquilo que não nos cabe também não nos veste. O fato é que vamos apurando nossa percepção que nos falta para separarmos ilusões de realidades, fácil não é, mas talvez seja preciso, talvez simplesmente tenha que acontecer. Não é fácil separarmos as ilusões dos sonhos que realmente valem a pena, mas Cazuza estava certo, "O TEMPO NÃO PARA, IDÉIAS NÃO CORRESPONDE AOS FATOS..."
    Talvez, levemos metade de nossa vida buscando a coragem necessária para encarar os fatos, encarar nós mesmos, as vezes levamos uma vida para olhar para nós mesmos e  dizer:  EU SOU ASSIM, ESSA VERDADEIRAMENTE SOU EU...
Lembro da minha avó paterna sempre me lembrar que o "já é tarde" só era encontrado junto com a morte, recordo-me com alegria além de orgulho de como ela encorajava a mim e aos meus primos a descobrir o que de fato importava, o que de fato queríamos e a lutarmos por isso, ela sempre dizia:
 -DESCUBRA QUEM VOCÊ É E O QUE QUER E DÊ PEQUENOS PASSOS PACIENTES ATÉ ALCANÇAR SEU OBJETIVO MAIOR...
A verdade é que mesmo sabendo que o tempo passa, mesmo que tenhamos sido alertados pelos nossos avos, pelos poetas, pelas rugas e cabelos brancos que vai nos aparecendo, de que o tempo não para, de que o tempo não espera ninguém, de que ele passa e passa rápido demais,  de que o tempo é  cruel, temos medo de descredenciar as ilusões e as mentiras, mas se não administrarmos bem nossas escolhas que fazemos nesta vida louca e breve que vivemos, o resultado é triste, porque o tempo chega com fatura nas mãos exigindo o valor total, para o tempo, não existe parcelas, não existe divisão ou pagamento mínimo, mas ele calculadamente cria um tribunal para mostrar- nos que somos em mesma intensidade, réu e juíz de nós mesmo para enfrentarmos as desconcertantes perguntas:

- Valeu à pena ter vivido?
- Valeu à pena tudo o que foi nos permitido viver?
- Eu fiz e vivi tudo ao máximo do que pude?
- Você se arrepende de algo?
- O  que faria se pudesse voltar?

O tempo tem suas urgências, portanto... Dissolva suas mágoas, abra todas as janelas, portas, portões ou seja lá o que for e grite forte, para expôr a sombra à luz, cessa de uma vez por todas os tormentos dos erros velhos, pois o tempo meu querido... O TEMPO, ELE NÃO ESPERA NINGUÉM!

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Obrigada por ler, Deus te abençoe grandemente

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